quarta-feira, 22 de julho de 2009

O Poço

Quando muito antes, brincava às voltas da piscina e via, não a sua, mas a imagem do céu refletida nas águas claras, tentava de tudo para alcançá-la e quando estava quase a tocá-la havia alguém que a afastava de tamanha beleza. Não possuia discernimento de vida, possuia sim três anos vividos e olhos atentos ao mundo que a rodiava. Um dia então, em um "pedaço" daquele céu que a chamava, a criança estava a se agaichar às suas beiras e achar uma forma de ir encontrar o azul brilhante. Em um momento de distração dos guardiões, escorregou o pé, arregalou os olhos, sorriu e abriu os braços ao mergulhar na imensidão. Aos poucos segundos que ai ficou suspensa em baixo d'água, não entendia porque tanta beleza a sufocava e porque abaixo dos brilhantes havia tanta escuridão. Quando ja esmorecia sentiu ser puxada para cima por alguém. De volta à casa, a criança foi posta para descansar após o ocorrido. O que se passava em sua cabeça? Naquele momento nada, mas anos depois sonhara e relembrara o fato, a única questão que ainda permanecia era por que tão rara beleza escondia tão escuras profundezas.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Dia chuvoso

28 de Maio de 1998, uma manhã chuvosa, a criança tinha apenas 9 anos, e qual criança desta idade que não quer sair e correr, pular nas poças d’água? Mas aquela não, há tempo que nem sequer dava um sorriso, justamente naquela manhã de tempestade cinza acordou agitada e inquieta, algo a empurrava a levantar da cama. Levantou-se, correu até a porta da frente, a abriu e ficou atentamente observando a água que caia das nuvens, passava por todas as folhas das árvores até tocar o chão. Em relance, sua mãe a viu de porta aberta com pijama e chinelos ao contraste do vento que vinha da abertura, imediatamente lançou-se : - fecha isso, vai te gripar. A criança sentou-se com pensamentos vagos, olhar distraído e sussurrou como se somente ela conseguisse ouvir: “Eu só queria brincar".

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Ego?

Quanto mais se fala de "si",
mais o mundo em volta escurece,
pessoas desaparecem,
o "eu" se invaidece.

Assim...
os valores se vão
e palavras se tornam em vão.

É como entrevista sem pauta ou entrevistador,
é monólogo de ninguém,
é igual filme sem roteiro e diretor,
é a busca do alguém.

Assim...
os valores se vão
e palavras se tornam em vão.

Sábio? Aquele que se desconhece de si,
faz do eu a novidade, a diversidade
Sábio? Quem limita apenas o não,
e tenta vislumbrar algo que fica abaixo
e vai além de seu próprio chão.

Desconheça-se para o avesso,
vire, revire, desmonte
dobre, recorte e cole de volta
e nunca afirme o "conheço”

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Não quero ter que divulgar meus textos

Não quero ser amiga de ninguém. Não busco sites de relacionamentos. Não busco relacionamentos. Quero ter meus textos lidos, criticados, votados e publicados. Ou não, inclusive. Quero ter feedback do mundo, quero ser lida pelo lado over and over. Quero fugir dos meios de massa, de manipular. Quero ser desejada pela junção das letras e não pelas gentilezas distribuídas, afagos mal amados. Não quero ter que divulgar meus textos. Encontrem-nos quem puder. Quero fazer parte dos alternativos, da via sujeita à opostos, bailei na curva. Não quero ser amiguinha de gente que nunca vi, nem quero ver em sua grande a maioria. Apenas quero ver o que produzem de bom, ampliar minha mente, minhas ideias, contribuir, contaminar e ser contaminada over and over and around the world!Custa?